a guitarra companheira
duma nuvem passageira
caia a chuva no telhado.
No quarto a cama vazia,
soprava o vento na janela
por ande andava não sabia
triste esperava por ela.
Toda a noite não chegou,
no dia seguinte no horizonte
de manhã o sol despontou
nesse dia menos brilhante.
Lá no céu azul, parecia,
que algo o apoquentava
atrás das nuvens se escondia
por isso menos brilhava.
A fadista cantava,
o fado da Mouraria
a viola de dor gemia
a guitarra chorava.
Chegou a alegria,
tocou a guitarra afinada
a tristeza já lá não andava
pelas ruas da Mouraria!
(Eduardo Maria Nunes)