Hoje, decorridos que são mais de quarenta anos, da minha viagem de moto Luanda - General Machado (Camacupa), vou aqui dizer como foi essa maravilhosa viagem. Outubro de 1969, encontrava-me a prestar serviço, na sexta Esquadra da Polícia de Segurança Pública de Angola, situada no Bairro Prenda em Luanda, para onde havia sido transferido proveniente do comando distrital da PSP do Bié-"Kuito". Em virtude de ter passado por General Machado, onde tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas, cuja nossa amizade jamais poderemos esquecer. Motivo pelo qual em Outubro de 1969, resolvi fazer-lhes uma visita, tendo realizado a viagem de moto. Pelos amigos tudo deveremos fazer. Posso dizer que, apesar da distância foi maravilhoso. Sai de Luanda pela manhã, ao fim da tarde cheguei ao Alto do Wama. O cansaço foi mais forte do que eu, pelo que resolvi pernoitar naquela localidade. procurei uma pensão, tendo o seu proprietário indicado para estacionar a moto junto da janela do quarto, no exterior, era rés-do-chão, assim o fiz. Após ter bebido uma cerveja, recolhi aos meus aposentos para descansar até chegar a hora de ser servido o jantar. Deitei-me em cima da cama, e lá adormeci, só tendo acordado por volta das sete horas do dia seguinte. Dirigi-me à recepção, a fim de pagar a estadia, e ao mesmo tempo tomar o pequeno-almoço. Todavia foi-me perguntado porque motivo não tinha comparecido para o jantar. Tendo eu respondido, não compareci, porque vinha muito cansado e só acordei hà poucos minutos. Pelos amigos o esforço não conta.
A viagem não terminou aqui, pelo que continuei estrada fora em direcção a General Machado (Camacupa), via Bailundo, Bela Vista, Chinguar, nome de perdiz, ave que abundava naquela zona, Cangala, Cuquema pequena povoação junto ao rio com o mesmo nome, Silva Porto-Bié-"Kuito", Silva Porto - Gare, Nova Sintra (Catabola), e finalmente General Machado (Camacupa). Cuja distância no velocímetro indicava ter percorrido 930 quilómetros. Mas, valeu a pena. passei cerca de quinze dias naquela maravilhosa localidade, a conviver com os meus amigos. Tudo o que é bom acaba depressa, e chegou o dia do regresso a Luanda. Triste por ter que partir, mas ao mesmo tempo muito feliz, por ter visitado os meus amigos e os ter deixado de boa saúde.
A moto não era esta que está na imagem, era outra, uma honda 175 CC.