sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL


Todos, ou quase todos os dias através de programas televisivos, vemos e ouvimos falar, do que devemos ou não comer. Bem assim  como o que devemos beber ou não beber. Cujos interlocutores são indivíduos com o conhecimento e capacidade, creio eu, para aconselharem os menos informados.
Vão esses indivíduos,  nos quais acredito serem competentes, à televisão dizerem tenha cuidado com o colesterol, atenção aos diabetes. Devem fazer caminhadas. Infelizmente, ainda, hà muitas pessoas que não querem saber, desses conselhos? Continuam abusando do sal, dos enchidos, das bebidas alcoólicas e outras coisas mais. Eu como de tudo: Chouriço, presunto, queijo e bebo vinho, aguardente (bagaço), café etc. Cujos resultados das análises que me são feitas, pelo menos anualmente indicam estar tudo normal.
Farão os  produtos da  imagem  exposta, parte de uma alimentação saudável? Eu diria que fazem. Quando  ingeridos com moderação.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"PASSEI UMA TROPA DE LUXO"



Abilino Fresco, Moçambique, 1963/1966.
"Passei uma tropa de luxo"

"Apenas vivi um momento de perigo: a viatura onde eu seguia passou por cima de mina que não rebentou. Estive sempre na cantina, onde aconteciam histórias caricatas.

Há quem diga nunca ter visto uma guerra como a minha. Nunca dei um tiro e só uma vez estive em perigo. De facto, sempre tive sorte, desde que assentei praça no Regimento de Infantaria 5 nas Caldas da Rainha. Depois fui tirar a especialidade de transmissões em Mafra e de seguida fui formar a Companhia no Regimento de Infantaria 7, em Leiria. Embarquei a 10 de Outubro de 1963 no Cais da Rocha do Conde de Óbidos e regressei a 1 de Março de 1966, no Vera Cruz.

Quando chegámos a Vila Cabral, no distrido do Niassa, a norte de Moçambique, tive, mais uma vez, a sorte de ter um capitão que foi o meu padrinho, o capitão Tovim, que me colocou na cantina do Batalhão, onde passei uma tropa de luxo. Só uma vez estive em perigo. Uma mina anticarro rebentou quando íamos fazer compras para abastecer a cantina. Eu ia no segundo carro e o rebentamento aconteceu quando passou a terceira viatura, o que quer dizer que passámos por cima dela. Deixou um buraco no solo que cabia lá um camião dentro. Felizmente não martou ninguém, mas vários ficaram feridos.

Passei o serviço militar a servir o pessoal na cantina. Chegaram a estar lá sete companhias pertencentes ao nosso Batalhão de Caçadores 598. Tinha dias em que vendia dez cântaros de vinho.

Das minhas recordações de guerra guardo essencialmente episódios curiosos. Um dos colegas mais engraçados que tínhamos era o Costa, o matador de gado. Ouve um dia que resolveu fazer uma brincadeira com camisolas do Sporting e do Benfica. Pegou numa delas e começou a desafiar um boi. Msa o animal em vez de se atirar à camisola atacou-o a ele.

Como eu era o responsável pelo, ele pediu para guardar lá o boi que tinha matado. Eu, convencido de que era para consunirmos, acedi. Só depois me apercebi que era para o vender no exterior ao proprietário de um restaurante. O problema  foi passar o boi, uma vez que todas os carros eram revistados. Mas o amigo Costa depressa arranjou solução: colocou-o dentro da carrinha do comandante, que era o único que não era revistado, e transportou-o para o exterior. O Costa recebeu metade do dinheiro do boi e eu andei um mês a jantar fora.

Nessa altura, o 1º. sargento da companhia pertencia  à arma de Cavalaria e fazia questão de o referir no momento da formatura. Considerava ele que deveríamos ser os que melhor se comportavam, mas verificava o contrário, avisando-nos para termos cuidado por ser da Cavalaria. Nesse momento ouve-se uma voz: Nota-se pelas orelhas!' Resultado, estivemos fornados até à meia-noite, mas ninguém se denunciou.

Na cantina, em Vila Cabral, todos os dias acontecia uma cena diferente, mas sempre divertida.Em determinada ocasião surgiu o capitão Costa na cantina nuito aflito porque dos seus mapas constava que o vinho tinha acabado há três ou quatro dias. Era hora de almoço quando apareceu e ficou muito admirado por ver que todas as mesas tinham vinho.

Perguntava, incrédulo: Como pode ser?' Só acreditou quando o levámos ao depósito e depois de contar 38 pipos cheios de vinho, cada um deles com100 litros. Aí ele perguntou, como conseguiam tamanha proeza, ao que o cabo encarregado do depósito respondeu: 'Enquanto a água não faltar em Vila Cabral, o vinho também não falta!' Explicaram-nos depois que tiravam 20 litros de vinho em cada pio e adicionavam 20 litros de água.

Já de volta ao refetório encontrámos um cozinheiro, o amigo de Peniche, enfiado dentro de um pipo. Tinha escorregado lá para dentro quando ia buscar vinho. Se eu não aparessese para o puxar  morria afogado.

Em outra ocasião o 2º. comandante, o major Fradinho da Costa, e o tenente capelão mandaram-nos arranjar um frango com muito piri-piri e só depois verificaram que não havia vinho nem cervaja. Então o capelão lembrou-se que tinha ainda uma garrafa de vinho da missa. Depois andou uma quantidade de meses a dar a missa sem vinho.

Uma das cenas que mais me recordo foi quando o capitão Costa me mandou  ir ao banco buscar todo o dinheiro que lá estava, mas recomendou que levasse  um saco utilizado para transportar farinha, com capacidade par 75 quilos. Eu pensava que ia buscar meia dúzia de contos, mas quando lá cheguei o gerente estranhou que fosse sozinho. Quando ele abriu o cofre verifiquei que estava cheio. Para caber todo no saco de 75 quilos foi necessário acamar bem as notas. O banca ficava a cerca de 500 metros do quartel, mas no momento em que transportava o dinheiro pareceu-me  muito mais longe. Caminhava com o saco às costas aflito, porque me dava a sensação de que toda a gente vinha atrás de mim. Transportei 24 mil contos, dinheiro que era para distribuir por todas as companhias.

Houve um período em que um major não queria que se matassem porcos e já há muito que não se consumia desse tipo de carne no quartel. Uma noite em que o rádio-montador Dinis ficou de guarda aos porcos ouviu-se uma rajada de tiros às 03h00. Ficaram todos aflitos, menos eu que já sabia o que se passava. No dia seguinte o sargento ia participar dele por ter morto o maior porco. Mas o oficial de dia decidiu antes dar-lhe um louvor, com o argumento de que tal atitude revelou que estava atento, pois em vez de um porco podia ser um terrorista.

Para comer carne de ovelha usava-se um truque diferente. Os colegas que trabalhavam no depósito dos géneros quando descascavam batatas faziam um carreiro com as cascas até ao local onde estavam os animais. Então, as ovelhas iam comendo as cascas e quando chegavam ao depósito eles matavam-nas.


SÓ VIU A ÚNICA FILHA QUANDO REGRESSOU, TINHA ELA DOIS ANOS

Abilino Fernandes Fresco nasceu a 10 de Fevereiro de 1942. Era casado quando foi para Moçambique, tinha 21 anos. A sua filha nasceu em Janeiro de 1964. Só a viu quando regressou, tinha ela dois anos. Antes da tropa, trabalhou com um advogado, em Coimbra-Ao regressar foi para os serviços administrativos do Hospital Psiqiátrico do Lorvão, onde estava 20 anos. Depois exerceu funções no Centro de Estudos e Profilaxia da Droga-e no Estabelecimento Prisional de Coimbra. Encontra-e aposentado há dez anos.
                                                                                                   

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

PEQUENA HISTÓRIA DE UMA CADELA CHAMADA "LASSIE"

Vou contar uma pequena histório de uma cadela chamada Lassie, que acompanhou seu dono, nas viagens de ida para Moçambique, e regresso a Lisboa  e, ainda, durante sua comissão de serviço militar, no Distrito do Niassa, a norte de Moçambique. integrado no Batalhão de Caçadores 598, de Outubro de 1963 a Março de 1966, a qual em todos os momentos esteve junto de  seu dono. Furriel Miliciano, António da Fonseca Abrantes "Tóny". Participou em vários desfiles militares ao lado do seu dono, sempre vaidosa. Na frente da força militar que integrava no desfile. Também, algumas vezes, ajudou nas caçadas referentes às  batidas efectuadas  quando dos  testes aos jeeps conduzidos pelo furriel miliciano, mecânico Joaquim Leiras segundo disse o mesmo. Bem comportada e disciplinada, nunca tendo infringido o Regulamento Disciplinar Militar. Sempre pronta para participar em qualquer missão, que lhe viesse a  ser atribuida. A Lassie, como  exemplo a seguir da sua raça, faz parte da História do Batalhão de Caçadores 598, a qual pelo seu exemplar comportamento seria digna de louvor. Por em África-Moçambique,  ter colaborado com as Forças Armadas Portuguesas, na defesa da Pátria. No desfile,  aquando da nossa chegada a Lourenço Marques. A Lassie, vai ao lado do seu dondo, na frente do Batalhão. Segundo informou o ex-furriel Leiras, a Lassie era uma collie de pêlo longo e muito macio.

sábado, 4 de dezembro de 2010

DIÁLOGO ENTRE DOIS NEGROS MOÇAMBICANOS.

Diálogo entre dois negros Moçambicanos, cujo o tema era de que são feitos os brancos?
Vou a ambos atribuir, a um a letra A, ao outro a letra B.
Disse o A para o B, ós patrício os branco é todo feito de pau? Exclama o B de pau! Sim diz o A, então pensa  sós patrício!...O senhor Carvalho, o senhor Madeira, o senhor Pereira, o senhor Oliveira, o senhor Castanheira, o senhor Figueira, o senhor Nogueira, o senhor Laranjeira,  etc, etc, etc...Diz o B para o A, mas hà um que não é! Pergunta o A, então os patrício qual é? Responde o B, ós patríco é  o senhor Ferro? Diz o A, ós patrício não é esse. Pergunta o B, então ós patrício qual é?  É  aquele que é feito de casca de boi? Exclama o B, casca de boi? Sim é o senhor Correia! Responde o A!,

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O MEU VIGÉSIMO SÉTIMO ANIVERSÁRIO.

Hoje, resolvi falar, da maneira, como passei o dia 9 de Março de 1969. Como, onde e com quem estava, nesse dia. Respeitante à saúde e à felicidade, devo dizê-lo que estava no meu melhor. O local, Aldeamento do Muiei, (Quimbo), referente a povoação da população negra de Àfrica.
Localização entre as cidades de General Machado (Camacupa) e Malanje, próximo do Rio Luando, a cerca de seis quilómetros da povoação com o mesmo nome. Distrito do Bié (Kuito), cuja capital era Silva Porto, hoje Kuito, em Angola. Os acompanhantes  que comigo comemoraram o meu vigésimo sétimo aniversário, dia 9 de Março de 1969, foram dois camaradas de profissão e três amigos militares que pertenciam a uma companhia do Exército aquartelda no Luando. Nenhum dos meus familiares foi possível estar presente.
Quando em Junho de 1968 me apresentei no Comando da PSP, do Kuito, fui destacado para o local acima citado, Muiei, tinha como missão  enquadramento de milícias, que pertencia  à Defesa Civil de Angola, mas  devido a especiais circunstãncias e por falta de pessoal. Em parte, era desempenhado pela Polícia de Segurança Pública, que distribuia os seu elementos para junto da populações negras dos locais mais remotos.
Durante um ano junto daquela maravilhosa população, da qual muito me orgulho ter dado o meu melhor, ao mesmo tempo com eles muito ter aprendido, contribuindo com os meus poucos mas muitos sinceros conhecimentos, conquistar a sua confiança, para o bem de todos. Tarefa que me foi bastante fácil, visto que entre mim e a população havia  recipocro respeito. Não olhando a cor da pele, porque todos somos humanos, cujo sangue que nos corre nas veias é igual  em todas as pessoas ,vermelho.
Junto daquela população encontrei o lugar ideal, sem ter que enfrentar os que nada e ninguém respeitam, julgando seres os melhores do mundo. Tendo durante um ano vivido na mais tranquila paz deste planeta terra. Um dos mais felizes anos de minha vida. Ter passado pela Polícia de Segurança Pública, foi para mim uma boa experiência, embora ás vezes revoltante, por causa do procedimento menos correcto de alguns dos seu elementos, que pouco ou nada tinham e muito queriam  ter, sem que para isso com honestidade tenham cumprido o seu dever.
Ao fim de um ano ali de serviço, eu e meu camarada, os dois da PSP,  fomos rendidos, cuja rendição surpreendeu a população, a qual junto do segundo Comamdante Distrital, da PSP, que se deslocou ao local, pediu para a nossa continuação, tendo este informado que no nosso lugar ficavam outros dois polícias. Porém, a população disse-lhe que não seria a mesma coisa! Visto já estarem habituados ao nosso correcto procedimento e pelo  modo de relação que havia em ambas as partes.
Todavia, fomos confrontados com a seguinte pergunta vinda desse Senhor 2º. Comandante, que porventura, era mulato, oriundo de Caco Verde. Afinal o que é que  vocês fazem aos pretos para que eles não queiram que saiam daqui? Pelo que lhe respondi, Ó! meu tenente a resposta é só uma  tratamos as pessoas como devem ser tratadas e como seres humanos que o são, e por serem  dignos do nosso melhor e mais sincero respeito, disse eu.
Para terem a certeza de que tudo correu na mais tranquila e sã camaradagem, mirem nossas imagens na foto acima mencionada, onde podem verificar de que ali naquele lugar, e preciso momento, reinava a tranquilidade e a paz. Porquanto, ainda, estavamos só nos apiritivos, preparando o estâmago para receber o excelente almoço que havia sido, especialmente, confecionado com as melhores carnes adquiridas junto dos produtores de gado da região. tendo prolongado-se até noite dentro, imaginem como estariamos no final?

domingo, 28 de novembro de 2010

PEQUENO RESUMO DA HISTÓRIA DE MINHA VIDA.

                          Quando era, ainda, menino no que pensava
                              e o que desconhecia um dia vir a ser?
                                       De muito novo fui pastor
                                           e no campo trabalhei.
                                         Aos vinte anos de idade
                                      para o Exército fui chamado.
                                  Depois do serviço Militar cumprido,
                                      na construção civil trabalhei.
                                          Para a Polícia concorri.
                                            tendo sido admitido,
                                           fui policia e não ladrão.
                                          Sempre do lado da razão
                                       para  injustiças não vencerem.
                                              Certo dia a pensar,
                                  no futuro, novos caminhos percorrer.
                                      Resolvi a subchefe concorrer,
                                      pedido de admissão formulei.
                                             Através de petição,
                                            ao Comando enviada.
                                        Recebida e registada ficou
                                              as provas fui fazer.
                                             Em todas eu passei,
                                   na Escola  Prática de Polícia entrei.
                                          Para o curso frequentar,
                                    cerca de nove meses por lá andei.
                                          No final pela porta sai,
                                          por onde tinha entrado.
                                      Com o Diploma de Aprovado,
                                          na mão contente fiquei.
                                          Promovido a Subchefe.
                                          para o Horizonte a olhar.
                                        Imaginei imenso jardim ver,
                                     lindas rosas várias cores tinham.
                                       Espinhos junto a elas haviam,
                              em alguns rostos, lábios, sorrisos se viam.
                                    Para suas intenções disfarçarem
                                          pela minha honestidade.
                                           Fui vítima de pressões.
                                            Defensor da verdade,
                                           não defendo aldrabões
                                                  Sou cidadão,
                                             em defesa da justiça.
                                         Nunca me deixei subornar,
                                       oriundo deste povo exemplar.
                                          A quem merece dou valor
                                         Também, já fui camionista
                                                   e vigilante.
                       Sou português, de coração Alentejano. Lutador
                                             

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

HISTÓRIA VERÍDICA-ACONTECEU COMIGO.

Foi nos primeiros dias do mês de Novembro, do ano de 1963. Recém-chegado a Vila Cabral, hoje Lichinga, na provincia do Niassa-Moçambique, integrado no Batalhão de Caçadores 598, o qual ficou instalado no Quartel daquela cidade, que havia sido construído para acolher os militares do Exército.  No dia seguinte à nossa chegada, procurei o lavadouro, a fim de lavar a roupa que durante a viagem tinha sujado. Encontrado o dito lavadouro, onde já estavam a lavar sua roupa alguns camaradas meus e também lá se encontravam soldados negros pertencentes a uma companhia do recrutamento provincial.
Meti mãos ao trabalho e lá fui lavanda a roupa, que havia sujado. Pouco tempo depois um camarada soldado negro, chegou jundo de mim, fazendo-me a seguinte pertunga:- O nosso pronto não quer mainato? Sinceramente, não percebi o que era mainato! E a minha resposta foi! Não, obrigado tenho dentro da mala. Ele nada mais disse e afastou-se para o seu posto de trabalho e eu continuei no meu. Assim que acabei de lavar a rouba dirigime-me para a camarata e junto de outros camaradas procurei saber o que queria dizer a palavra mainato! Tendo sido informado que mainato eram os lavandeiros, na Àfrica Oriental Portuguesa e provincias do Oriente. Moral da história, o camarada soldado negro, deve ter pensado. Este branco deve ser  mau, ainda ontem aqui chegou e já meteu o mainato dentro da mala? Ou então deve ser mesmo muito burro? Não sabe e também não me perguntou que que era o mainato! Na verdade pensei que ele se estava a referir ao sabão, visto que  tinha um pequeno pedaço. Motivo pelo qual lhe disse que tinha dentro da mala!

sábado, 20 de novembro de 2010

HINO DO LUNHO.

                         "Vampiros"-Zeca Afonso
                      Alferes Herculano de Carvalho,
                          o Carvalho cem e outras
                                     achegas

                   No céu cinzento, sob o astro mudo
                 Batem as hélices na tarde esquentada.
                  vêm em bandos, com pés de veludo
                  Chupar o sangue fresco da manada.

                 Se alguém se engana com o seu sorrir.
                 E lhes franqueia as portas, à chegada:
                     Só mandam vir, só mandam vir,
                   Só mandam vir e não fazem nada,

                  A toda a parte chegam helicópteros,
                               (vem em bandos)
               Poisam nos tandos, poisam nas picadas...
                 Trazem no ventre "os cabeças d'ouro"
                 Que de guerrilha não percebem nada.

                     São os reizinhos do Niassa todo.
            Senhores por escolha, mandadores sem punho,
                     Aceitam cunhas e dizem que não,
                Passam a ronda sobre os céus do Lunho.

                    "Stou farto deles, 'stou farto deles,
                     Só mandam vir e não fazem nada,

                  Quantas "mercedes", senhor capitão,
                       Até agora foram fornicadas?!
               Eu bem lhe disse que pusesse os homens
               Detectando minas, fazendo emboscadas.

                     Lendo os papéis, lá na sua ZAC,
                     Gritam p'ra nós, mui enfurecidos;
                   -Foi de propósito, foi de propósito,
                  Foi de propósito que ela foi estoirada            

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

RECORDAR TEMPOS DE JUVENTUDE, AO SERVIÇO DA PÁTRIA, BATALHÃO DE CAÇADORES 598. DISTRITO DO NIASSA - MOÇAMBIQUE, 1963/1966.


Esta foto foi tirada em meados do ano de 1964, na varanda do Comando do Quartel do Exército, em Vila Cabral, Distrito do Niassa-Moçambique. Na mesma estamos a ver os nossos amigos furréis, Leiras e Martins e o 1º. cado de amanuense, penso que será o nosso amigo Pinto
O furriel Leiras, está com duas moletas devido a um acidente de trânsito, do qual foi vítima.

Nesta foto que também foi tirada no ano de 1964,  no aquartelamento do Exército em Mandimba,  Distrito do Niassa, em  Moçambique, e em conjunto com elementos da Companhia de Caçadores 612, ali destacados, depois de terem comido bem e bebido melhor, segundo palavras do nosso sempre estimado e amigo ex-furriel Leiras.
Por último e já em Metangula, no ano de 1965, junto do maravilhoso Lago Niassa, para onde tinhamos sido deslocados, em Junho desse mesmo ano. Estamos a ver nesta foto da, esquerda para a direita. Furriel Carvalho, Martins, José Carlos, Leiras e Zacarias, mais conhecido por (NIZA). Todos muito bem dispostos. Eram estes momentos de boa disposição que nos ajudavam a passar melhor o tempo e esquecer algumas das nossas tristezas.

sábado, 30 de outubro de 2010

BEM VINDOS AO CONVÍVIO DOS EX-MILITARES DO BATALHÃO DE CAÇADORES 598 E SEUS FAMILIARES, REALIZADO NO DIA 9 DE OUTUBRO DE 2010.

                                           I
                         Sem os ausentes esquecer
                       Sejam bem vindos ao convívio
                 A todos os presentes quero agradecer
                   E aos ausentes cumprimentos envio

                                           II
                             Neste convívio anual
                           Todos confraternizando
                          Matos da Ranha Pombal
                       Nossos cabelos branqueando

                                           III
                             Hoje, é um dia especial
                            Para todos aqui reunidos
                           Estivemos em Vila Cabral
                        Contra a guerra sempre unidos

                                            IV
                          Uma Estrela no Céu brilhou
                             Quando algo aconteceu
                           Não foi sonho que sonhou
                           Foi uma menina que nasceu

                                             V
                              Era um dever Nacional
                              Serviço militar cumpria
                              Fresco em Vila Cabral
                           Sua filha em Coimbra nascia
                                             VI
                                Felicidade paternal
                              Da notícia que recebia
                              Regressado a Portugal
                             Seu calor sua filha sentia

                                            VII
                             José Torrado  Bergano
                         Dos convívios esteve ausente
                           A residir no País Germano
                          Neste convívio está presente

                                           VIII
                   Do Douro, Sérgio e José Maria (Vizela)
                              São amigos eu bem sei
                             Nuna visita que lhe fisera
                           Em casa do Sérgio almocei

                                             IX
                                 Escrever porventura
                            As alcunhas em pergaminho
                        Chora, Vizela, Fatinha e Ranhura
                              Falta aqui a de Toninho

                                             X
                         Paulo, Pedro, Virgílio e Pompeu
                          Com especialidades diferentes
                          Da amizade que se não perdeu
                          Também, hoje, aqui presentes

                                            XI
                               Gualdino, de Almeirim
                                 Lóio, Pinto e Morais
                                Quatro amigos enfim
                        Saúde e amor, não estão a mais

                                            XII
                        Carvalho e Eduardo (padeiros)
                            Durante a noite a trabalhar
                        Dois trabalhadores verdadeiros
                      Para o pão, aos militares, não faltar
  
                                            XIII
                             " VINAGRE E QUEIMADO"
                                
                              No pensamento levaram
                            Foram na tropa voluntários
                                No Alentejo ficaram
                             Os sinos nos campanários

                                            XIV
                            Para Moçambique partiram
                               Seus amores cá ficaram
                              Muitas saudades sentiram
                       No regresso seu amores abraçaram

                                            XV
                            Obrigado, Saraiva e Amaral
                                E a todos os presentes
                               A recordar Vila Cabral
                               Do Niassa combatentes

                                           XVI
                            No Lunho fomos pioneiros
                         Em Nova Coimbra atraiçoados
                            Em Olivenças passageiros
                           Para Metangula deslocados

                                           XVII
                       De todos com amizade me despeço
                        Com um até sempre meus amigos
                          Pela vossa confiança agradeço
                          Para conviver sempre activos

CANCIONEIRO DO NIASSA

IMAGENS DO NOSSO CONVÍVIO, EM 08/10/2011.

IMAGENS DO CONVÍVIO REALIZADO DIA 9 DE OUTUBRO DE 2010

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