Século XX
Vento frio chegava do norte.
Lá nos corgos do Pego do Alto
Quando era rapazote
Trabalhava não recebia um pataco.
Desequilibrada desigualdade.
Para comer quem nada tem mendiga
Uma coisa assim ser verdade
Melhor seria se fosse mentira.
Século XXI
Deixou a frota e o país hipotecado.
A um grupo de pescadores de moreias
Foi embora, não deu conta do recado
Terá levado as algibeiras bem cheias.
O sangue que lhe corre nas veias.
Será arterial, venoso ou venenoso
Esvaziou todo o mel das colmeias
Perdulário de ideias corajoso.
O sangue que lhe corre nas veias.
Será arterial, venoso ou venenoso
Esvaziou todo o mel das colmeias
Perdulário de ideias corajoso.
Eles só sabem atrapalhar.
Cada um com as suas manias
Deixem quem quer, trabalhar
Não destruam mais valias.