Hoje, resolvi falar, da maneira, como passei o dia 9 de Março de 1969. Como, onde e com quem estava, nesse dia. Respeitante à saúde e à felicidade, devo dizê-lo que estava no meu melhor. O local, Aldeamento do Muiei, (Quimbo), referente a povoação da população negra de Àfrica.
Localização entre as cidades de General Machado (Camacupa) e Malanje, próximo do Rio Luando, a cerca de seis quilómetros da povoação com o mesmo nome. Distrito do Bié (Kuito), cuja capital era Silva Porto, hoje Kuito, em Angola. Os acompanhantes que comigo comemoraram o meu vigésimo sétimo aniversário, dia 9 de Março de 1969, foram dois camaradas de profissão e três amigos militares que pertenciam a uma companhia do Exército aquartelda no Luando. Nenhum dos meus familiares foi possível estar presente.
Quando em Junho de 1968 me apresentei no Comando da PSP, do Kuito, fui destacado para o local acima citado, Muiei, tinha como missão enquadramento de milícias, que pertencia à Defesa Civil de Angola, mas devido a especiais circunstãncias e por falta de pessoal. Em parte, era desempenhado pela Polícia de Segurança Pública, que distribuia os seu elementos para junto da populações negras dos locais mais remotos.
Durante um ano junto daquela maravilhosa população, da qual muito me orgulho ter dado o meu melhor, ao mesmo tempo com eles muito ter aprendido, contribuindo com os meus poucos mas muitos sinceros conhecimentos, conquistar a sua confiança, para o bem de todos. Tarefa que me foi bastante fácil, visto que entre mim e a população havia recipocro respeito. Não olhando a cor da pele, porque todos somos humanos, cujo sangue que nos corre nas veias é igual em todas as pessoas ,vermelho.
Junto daquela população encontrei o lugar ideal, sem ter que enfrentar os que nada e ninguém respeitam, julgando seres os melhores do mundo. Tendo durante um ano vivido na mais tranquila paz deste planeta terra. Um dos mais felizes anos de minha vida. Ter passado pela Polícia de Segurança Pública, foi para mim uma boa experiência, embora ás vezes revoltante, por causa do procedimento menos correcto de alguns dos seu elementos, que pouco ou nada tinham e muito queriam ter, sem que para isso com honestidade tenham cumprido o seu dever.
Ao fim de um ano ali de serviço, eu e meu camarada, os dois da PSP, fomos rendidos, cuja rendição surpreendeu a população, a qual junto do segundo Comamdante Distrital, da PSP, que se deslocou ao local, pediu para a nossa continuação, tendo este informado que no nosso lugar ficavam outros dois polícias. Porém, a população disse-lhe que não seria a mesma coisa! Visto já estarem habituados ao nosso correcto procedimento e pelo modo de relação que havia em ambas as partes.
Todavia, fomos confrontados com a seguinte pergunta vinda desse Senhor 2º. Comandante, que porventura, era mulato, oriundo de Caco Verde. Afinal o que é que vocês fazem aos pretos para que eles não queiram que saiam daqui? Pelo que lhe respondi, Ó! meu tenente a resposta é só uma tratamos as pessoas como devem ser tratadas e como seres humanos que o são, e por serem dignos do nosso melhor e mais sincero respeito, disse eu.
Para terem a certeza de que tudo correu na mais tranquila e sã camaradagem, mirem nossas imagens na foto acima mencionada, onde podem verificar de que ali naquele lugar, e preciso momento, reinava a tranquilidade e a paz. Porquanto, ainda, estavamos só nos apiritivos, preparando o estâmago para receber o excelente almoço que havia sido, especialmente, confecionado com as melhores carnes adquiridas junto dos produtores de gado da região. tendo prolongado-se até noite dentro, imaginem como estariamos no final?