Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
(António Gedeão)
Lindo poetar de Antonio Gedeão.
ResponderEliminarAs lágrimas não tem cor.
Bjs Edu e obrigada pela visita.
Carmen Lúcia.
Já comentei no FAC e vou repetir, corrige o que escreveu Gedeão e substitui "Preta" por NEGRA, não existe raça Preta!
ResponderEliminarCom um abraço do analfabeto figueirense.
Preta ou negra para mim tanto faz!
ResponderEliminarMas lá que está um poema de se lhe tirar o chapéu, isso é que está!
Este Gedeão agrada-me!
Um grande poeta, o que foste partilhar.
ResponderEliminarJá conhecia e acho-o magistral.
Beijinhos