O que vejo não imagino!
vejo todos os dias o Rio Tejo
imaginar o que não vejo
será esse o meu destino.
Oiço, mas já não ligo,
falarem muito na televisão
porque palavra de político
mais aumenta a confusão.
Ao mesmo tempo dois aselhas,
esfaimados, o que querem são milhões
se eu pudesse puxava-lhe as orelhas
antes de sacarem nossos tostões!
pelo corredor aos encontrões,
tirem antes o amianto dos telhados
ao mesmo osso dois cachorros comilões
por isso é que estão tão assanhados?
(Eduardo Maria Nunes)