Passei para lá de Garvão!
a caminho de Ourique
a pensar ninguém fique
que sou algum molengão.
Subi a montanha a pique,
num dia de forte ventania
bem lá no cimo onde estive
escrevi esta simples poesia.
Subi a montanha a pique,
num dia de forte ventania
bem lá no cimo onde estive
escrevi esta simples poesia.
Nas bermas havia matagal,
nada vi na vereda a corcovar
sempre, em tudo fui pontual
cuidadoso para não tropeçar.
Antes de Santana da Serra,
nos corgos havia muitas estejas
mondando o trigo na primavera
vi as mulheres camponesas.
Há coisas que valem menos,
do que meio tostão furado
relincham no prados os garranos
os pardais fazem ninho no telhado!
(Edumanes)