quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"DESENTENDIMENTO TSU?"

Gostaria de me encontrar consigo. Um almoço, uma conserva sem tempo para acabar entre dois cidadãos e dois pais. Gostaria de almoçar consigo, perdoe-me fazer-me ao convite. Não, não se preocupe, pago eu, para que possa dar mais um exemplo de combate ao despesismo. Repare que não digo entrevistar, porque esse jogo já percebemos como joga, todas as tácticas, todas as respostas que leva na algibeira. E esse é um dos seus grandes problemas, já lá iremos, essa forma de se agarrar a um plano e não se desviar. Nem sempre desviarmo-nos, travarmos, mudarmos a agulha é mostrar fraqueza, mas antes a inteligência de não teimar num caminho que todos, mas absolutamente todos, nos dizem estarem errados.
Um almoço, uma conversa sem tempo para acabar, entre dois cidadãos e dois pais, gente, da mesma geração, e com reconhecimento nacional, perdoe-me aqui a imodéstia  de que há mais de 20 anos informa os portugueses das medidas que o senhor toma e tantos antes de si tomaram. Sim, parece espantoso, tendo em conta que já nos tinha anunciado coisas terríveis, mas conseguira convencer-nos que se tratava de uma inevitabilidade, e mais, conseguira alguma admiração pela coragem de ser o líder do país numa altura tão dramática. Mas vir dizer-nos que nos vai tirar mais 7 por cento do ordenado, ao mesmo tempo que alivia as despesas das grandes empresas, argumentando, com a voz a tremer. que assim combaterá a chaga do desemprego, e depois ouvirmos comentários à esquerda e à direita, de comunistas, fiscalistas,  gente do seu próprio partido, mostrar que isso não resolve absolutamente nada,  de nada, e que outro efeito não tem do que a banalidade obscena do princípio de roubar ao pobres para dar aos mais ricos, nada mais do que isto, que gostaria de lhe perguntar olhos nos olhos como consegue continuar a insistir, quando se somam empresários a dizer que não, caro Pedro, não estão a pensar criar mais emprego com a sua medida, ao mesmo tempo que envia o seu ministro da Finanças, que terá tanto de competente no ar condicionado do gabinete como de ingénuo quanto ao país real, à vida real, esse ministro que nos diz que há-de "certificar-se"que as empresas não vão somar este bónus aos lucros, mas sim...aplicá-lo num fundo ou numa conta, ou não sei quê, que só pode ser utilizado para criar mais condições de emprego, e blá blá. E como pensa fazer isso?
O governo que não consegue apanhar quem passa ou não passou factura, que deixa passar debaixo da barba os milhões para os paraísos fiscais, vai fazer o quê? Pôr um polícia fiscal por cima do ombro de cada empresário? Caro Pedro: muito mais haveria por dizer, mas fico-me hoje por isto: uma vez que uma crise política seria o pior que pode acontecer ao país, e que obviamente o PS fazia melhor em estar sossegado antes de criticar tanto, bastar-lhe-ia, para recuperar o essencial, que abandone esta aberração da TSU. Não tenha medo de parecer fraco. Tenha medo é de parecer um perigoso teimoso.

1 comentário:

  1. Eduardo agradeço-lhe as palavras.
    Estava aqui lendo este texto e pensando como a politica é tão diferente e sempre tão igual pra população, é a causa social, de uma sociedade mundial.
    Um grande abraço!

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CANCIONEIRO DO NIASSA

IMAGENS DO NOSSO CONVÍVIO, EM 08/10/2011.

IMAGENS DO CONVÍVIO REALIZADO DIA 9 DE OUTUBRO DE 2010

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